Blog Desenvolvimento Profissional

Desenvolvimento está relacionado com aprendizado. Ambos estão interconectados no que diz respeito à condução da trajetória profissional. Com flexibilidade e energia, pode ser uma descoberta quase eterna e curiosa que sempre traz algo a ser aproveitado.

“Coração de estudante”

É possível estabelecer padrões de habilidades e comportamentos que promovam o desenvolvimento profissional. Mas isso precisa ser suficientemente experimentado ou vivenciado como um aprendizado que parte desse olhar para si e para o outro por meio dos seguintes níveis:

 

Nível 1

I. Autoconhecimento por meio de acompanhamento e métricas claras;

II.Análise dos modelos de aprendizado;

III.Identificação dos valores e propósitos norteadores;

IV.Aplicabilidade pelo exercício da autodisciplina, estabelecendo indicadores como marcos.

 

Nível 2

I. Conhecimento dos padrões que regem as relações do estar no mundo (ou na vida) e de como medem as probabilidades e realidades;

II. Estabelecer canais de feedbacks concretos, objetivos e construtivos;

III. Realização de cortes do que não promove o amadurecimento, exercendo o aprendizado com os erros e falhas;

IV. Alinhamento do autoconhecimento com a amplitude de perceber o outro. Como o ego pode atrapalhar a carreira e o desenvolvimento profissional? A sua relação consigo e com o outro pode ser a resposta.

 

Nível 3

I. Busca do conhecimento universal que rege o mundo e as pessoas, não como uma regra, mas como uma noção que extrapola o eu, o outro e vai em direção a nós;

II.Domínio das emoções como quem cuida do próprio estado de ser – e não de expectativas ou sonhos;

III.Atenção plena ao que importa.

À primeira vista, a introdução acima pode parecer complexa. Quando você se permite aprofundar em cada item, será mais fácil compreender a relação deles com o desenvolvimento profissional, assim como os primeiros passos para realizá-lo.

Os primeiros passos para o desenvolvimento profissional estão relacionados a sabermos administrar (controlar) nossos pensamentos e emoções e fazer disso uma soma de fases como uma experiência única e complexa.

As competências precisam expressar, de forma amadurecida, a intensidade e a profundidade das emoções, promovendo uma junção do “pensar e analisar” com o “sentir”, possibilitando, assim, uma ação mais voltada para a transformação. Se somos responsáveis por nossa carreira, por que com as emoções seria diferente?

 

Vamos À PRÁTICA

As informações a seguir servem de roteiro, ou seja, não devem ser decoradas como uma tabuada ou encaradas como verdade universal e imutável. Vale lembrar da canção “Coração de Estudante”, de Milton Nascimento, que traz a personalização de quem o vive.

 

A. Por onde começar:

I. Autoconhecimento;

II. Conhecimento do negócio (ou negócios) onde está inserido;

III. Responsabilizar-se e posicionar-se;

IV. Clareza da carreira;

V. Atitude proativa;

VI. Flexibilidade e visão sistêmica;

VII. Produtividade com conhecimento multidisciplinar;

VIII. Criatividade e inovação.

 

B. Por onde navegar

I. Objetividade;

II. Planejamento;

III. Propósito e significado;

IV. Relacionamento interpessoal.

 

C. Algumas perguntas para se fazer:

I. Quais são minhas forças e fraquezas?

II. Quais os impactos do que realizo?

III. Quais informações do planejamento me mostram os caminhos a seguir e os que devem ser modificados?

IV. Sou substituível? Se sim, quais são as novas possibilidades?

 

“Ninguém sabe que estou aqui”

O filme chileno “Ninguém sabe que estou aqui” (Netflix, 2020) nos revela como uma carreira pode se tornar um roteiro em desenvolvimento. O longa narra a história de Memo, um homem simples, acomodado e calado por traumas de uma infância conturbada e abusiva.

Morando com seu tio numa pequena fazenda, ele esconde do mundo exterior a voz que um dia o levou a sonhar com uma vida diferente. Mas a aparição inesperada de Marta muda tudo para sempre e Memo se vê obrigado a encarar o incidente confuso que destruiu sua carreira.

A situação vivenciada na infância fez com que Memo se tornasse uma pessoa triste, frustrada e que se escondia para viver suas fantasias (ir para a floresta e se imaginar cantando e performando). Evidenciava um comportamento mais reservado, calado e de pouca interação. Com Marta a tratativa não foi diferente, Memo a ignorava, pouco conversava e interagia.

Em uma das conversas o protagonista evidenciou um comportamento mais agressivo que fez com que Marta fosse embora. Ao vê-la saindo, Memo cantou sua música para que ela retornasse. Com a proximidade entre eles, Memo grava uma de suas músicas da infância no celular de Marta e acaba revelando o seu segredo. Sua gravação acaba sendo divulgada nas mídias e então os jornalistas começam a vigiá-lo…

A história de Memo demonstra que uma mudança traumática na infância influenciou toda a trajetória de vida do personagem. Percebe-se que 25 anos se passaram para que Memo tivesse a oportunidade de enfrentar a situação adversa novamente.

Assim como aconteceu com Nemo, o caos pode ser crucial para a vida profissional, já que nos convida a buscar novas ideias, saindo assim da “zona de conforto” ou equilíbrio. Entretanto, é necessário ter maturidade para lidar com o senso de urgência e as frustrações, pois nem todas as ideias irão funcionar.

Para você refletir:

• De que forma posso ser agente e transformador da mudança?

• Como posso incluir outras pessoas no meu processo de mudança para diminuir o tempo de reação à adversidade?

• O meu posicionamento gera soluções para o cenário adverso?

A narrativa traz uma válida reflexão sobre como transformar ou ressignificar situações que fogem do nosso controle. Adversidades, como é o caso da pandemia, exigem readaptações, pois nem sempre é possível encaixar novas conjunturas a uma realidade conhecida.

A inquietação constante e a vontade de aprendizado, percebendo e passando por todo processo como um estudante sedento por aprender e viver, é uma boa forma de começar a se desenvolver. O inconformismo para o desenvolvimento profissional próprio e do mundo trará essas perspectivas fundamentais para qualquer início.

Quando se trata de desenvolvimento profissional, o primeiro passo é o autoconhecimento. É iniciar de onde está com a consciência de que cada novo movimento exige maior atenção que o habitual. Ao desenvolver conhecimentos e habilidades, esteja aberto a novas possibilidades e descobertas para a sua carreira. Lembre-se: oportunidade sempre aparece em forma de desafio.

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